quinta-feira, 11 de junho de 2009

na sorte

acordo sempre assim, assustado, a camisa pregada ao corpo, as gotas de suor descendo lentamente e molhando a fronha do travesseiro. Viro de um lado para outro, viro com a barriga pra cima, tento abraçar minhas pernas, enfio a cabeça debaixo dos lençóis, mas nem assim consigo dormir. Tento abafar o som de alguns pensamentos incoerentes, que teimam em desfilar em frente às órbitas dos meus olhos, como fantasmas brincalhões, que só estão ali para se divertir com o pavor alheio. acordo sempre assim, atrás de algum coquetel de remédios, em busca de trazer o sono de volta, que por motivos estranhos, teimava em desaparecer nas horas mais impróprias. acordo sempre assim, com as mãos tampando os ouvidos, impedindo de forma inútil deles ouvirem o som da minha consciência perturbada.
Durmo sempre assim, com um olho fechado, e o outro aberto, com uma idéia nova de como elimina-la. escolhendo aleatoriamente se seria enforcamento, afogamento, envenenamento. ento.
tiro ao alvo, salamê minguê, mamãe mandou, cara ou coroa. E na sorte, decidir, ou eu ou você.

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