quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Champagne

Um gole, dois, três de champagne. Ela podia sentir seu cérebro dando a impressão de borbulhar. Enrolada nos lençóis da cama, ela ria, chorava, gritava e até cantava. Segurava o telefone por entre os dedos compridos, apertando-o contra o corpo, a vontade e o medo de ligar. O que falar o que não falar. Sabia que pra ela aquilo era proibido, era proibido ela sentir o que quer que fosse. Quatro, cinco goles de alguma substância que agora ela não sabia o nome, as pernas falhavam, e subia pela sua garganta uma sensação conhecida, medo. Talvez fosse angustia também, ou simplesmente um vazio.