quinta-feira, 5 de novembro de 2009

The love you found in me. Now it's changing all the time

A minha vontade foi te ligar, e não me importava se surpreso você perguntasse porque eu o tinha feito. Eu responderia dizendo se era pecado querer falar com um velho amigo. Eu não lhe cobraria nada, falaríamos das pessoas na rua, de como os outros são estranhos e nós somos normais, eu falaria sobre minha rotina e conhecidos que não suporto mais. VocÊ ia responder, com um minuto de discurso sobre como sua família era infeliz, e talvez dissesse que somente eu o entendia. Eu falaria sobre como me sinto só, e leria algum daqueles trechos de livros em que me identifico. Eu não lhe cobraria promessas, nem nada dessa vez. Te ligaria para falar sobre assuntos banais, desses que você diz estar cansado. E talvez, muito talvez, segundos antes de desejar boa noite, desligar o telefone e cada um voltar para sua vida, falaria sobre como me senti só nos últimos tempos, falaria sobre como me senti vazio e sem sentido, em como eu estava sem capacidade até mesmo para escrever sobre a solidão em que me encontrava, falaria em como você me fez falta. E diria talvez tarde demais, que você também fazia eu me sentir vivo

terça-feira, 8 de setembro de 2009

molly's chambers

Just anoter girl that wants to rule the world. Any time or place. And when she gets into your head. You know she's there to stay

sábado, 15 de agosto de 2009

copacabana club

just do it cause you want it
just do it cause you like it
do it cause you feel it
not because you saw it.

you can change your hair, change your house, change your life.
you can change your sex, change your friends, change your wife.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

you look so fine

'' talvez tenha passado uma hora, um dia, uma semana que ele bateu aquela porta, dizendo que não voltaria. o relógio marcava exatamente quatro e meia da manhã. lembro-me bem disso, pois os ponteiros não se movem desde que o comprei.
talvez tenha se passado uns dez minutos, desde que ele saiu por aquela porta dizendo que seus cigarros tinham acabado, afirmando voltar logo.
talvez tenha se passado uma vida inteira. ''

Sozinha aqui, inalando o aroma do café que vem do apartamento ao lado, inalando o ar cinza que se instala sobre mim, prometendo - tudo o que eu tenho e não tenho - nunca mais ser tão infantil, nunca mais acreditar nessas sensações que se apoderam de mim, que vão desde as pontas dos meus dedos até o ultimo neurônio ativo do meu cérebro.
Angustiada, encolhida, desprezada, dissimulada. afogando-me durante o milésimo banho para lavar a tal da minha alma. inalando a vida de outra pessoa, eu to fugindo da certeza de que eu não lembro mais de como você é.
Não lembro uma vida inteira. não sei quanto tempo passou, nem se você disse se iria ou não voltar.
com medo de sair do lugar e você chegar

quinta-feira, 23 de julho de 2009

give me one more chance to love you

can't you see that i'm trying
don't say one more word
about the other boy
can't you see that i'm dying







bloc party

segunda-feira, 20 de julho de 2009

um pouco de joy division

You cry out in your sleep, all my failings exposed and there's taste in my mouth as desperation takes hold
Just that something so good just can't function no more

But love, love wil tear us apart, again

sábado, 18 de julho de 2009

como um ser humano

eu deixei ir
você suplicou, mas eu deixei escapar
pode gritar, espernear, me chamar de imbecil e me mandar ir pro inferno pela quinta vez no dia.
por fim, eu desisti. é fato que o reflexo no espelho me enoja. a covardia é totalmente asquerosa mas caiu como uma luva em mim.
a figura desajustada e torta aqui, está por fim só.








-

estou indo,
pro inferno como você pediu.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

problema dos outros

cercada por várias versões dos fatos ocorridos. são muitos pontos de vista e poucas verdades.
você pode ate tentar se manter neutro, tenta desesperadamente ficar em cima do muro, tentando fugir da sujeira. mas não adianta, eles jogam na sua cara ofensas veladas, deixam respingos de um sangue preto e coagulado mancharem sua camisa impecavelmente branca e limpa.
você até tenta tampar os ouvidos. cego, mudo, surdo, você até tenta.



'' Penso,

com mágoa, que o relacionamento da gente sempre foi um tanto unilateral, sei lá, não quero ser injusto nem nada - apenas me ferem muito esses teus silêncios."






caio fernando

quinta-feira, 2 de julho de 2009

23:23

Agora ela tem medo de olhar o relógio sobre a cabeceira, sempre marcando a hora igual, sempre a fazendo desejar...

Evita falar com os velhos amigos, evita andar nos mesmo lugares de antes, evita usar as mesmas roupas, fragrâncias, mesma marca de cigarro, evita escutar as mesmas músicas, evitar usar o mesmo tom de batom, evita comer os mesmos pratos de antes. Decidiu que seria tudo novo, roupa de cama nova, louça nova, amigos novos, gosto musical novo, vícios novos, sonhos novos. escolheu por uma vida nova.
E então, escolhendo perder tudo o que tinha na vida, por apenas uns minutos de silêncio, fingindo ser quem não era. Ela só deseja não se lembrar dele cada vez que olha a si mesma no espelho, imagem refletida, a mesma de antes, só que agora vazia. Lutando constantemente por um minuto de silêncio, esperando constantemente que seu coração por fim, se calasse.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

acesso de bulimia

Vou vomitar. Botar pra fora tudo o que tentam de forma desesperada enfiar-me goela abaixo. Descontrolada, eu não mastigo mais, apenas engulo, nem olho pra saber o que vai entrar. Não faço questão de saber qual é o cheiro, e bom o gosto... O gosto vai ser o mesmo sempre. E se quer saber, não me importo. Mas eu vou vomitar, colocar pra fora, tudo o que eu não tenho e queria ter, vou colocar pra fora tudo o que um dia quis entrar, vou colocar pra fora tudo o que supostamente deveria me completar e que a única coisa que ta fazendo é dilacerar, rasgar, esmagar as supostas sensações que fazem de mim, um ser humano. Vou colocar você pra fora, ou o que sobrou.


Lamento dizer, mas a única coisa que eu sinto, é ânsia.

terça-feira, 23 de junho de 2009

terça-feira inócua

céu nublado, nada de aulas, chocolate quente, cobertores.
hoje só me falta o silêncio.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Is it too late to remind you how we were?
But not our last days of silence, screaming, blur
Most of what I remember makes me sure
I should have stopped you from walking out the door



snow patrol











-
foda-se

domingo, 21 de junho de 2009

Passamento

Sinto eles se esgueirando por mim. Rastejam e imploram por um instante de atenção. Posso sentir em cada poro do meu corpo eles tomarem o controle. A textura é áspera, tenho certeza que ao acordar verei cicatrizes, e arranhões sem explicação. Seu gosto é amargo, gosto de perda. Juro que posso enxergá-los à noite, sorrateiramente subindo pela minha cama, se alastram pelos lençóis, agarram-se a cada fibra das fronhas, penetram por cada orifício, interrompem a respiração antes controlada. Sinto implorarem por um segundo de atenção, sem costumes, sem pudores, sinto se entregarem assim de bandeja, me oferecendo a arma certa, esperando apenas que eu puxe o gatilho.

sábado, 20 de junho de 2009

On me dit que nos vies ne valent pas grand chose
Elles passent en un instant comme fanent les roses.
On me dit que le temps qui glisse est un salaud
Que de nos chagrins il s'en fait des manteaux

Pourtant quelqu'un m'a dit
Que tu m'aimais encore, serais ce possible alors ?






carla bruni




-

No entanto alguém me disse...Que você ainda me ama,
seria isto possível então?

sexta-feira, 12 de junho de 2009

She says all the things you never want to hear
She says all the things that make you sick
But do you believe her
When she says she loves you
Do you believe her
Is this for real




the raveonettes

quinta-feira, 11 de junho de 2009

na sorte

acordo sempre assim, assustado, a camisa pregada ao corpo, as gotas de suor descendo lentamente e molhando a fronha do travesseiro. Viro de um lado para outro, viro com a barriga pra cima, tento abraçar minhas pernas, enfio a cabeça debaixo dos lençóis, mas nem assim consigo dormir. Tento abafar o som de alguns pensamentos incoerentes, que teimam em desfilar em frente às órbitas dos meus olhos, como fantasmas brincalhões, que só estão ali para se divertir com o pavor alheio. acordo sempre assim, atrás de algum coquetel de remédios, em busca de trazer o sono de volta, que por motivos estranhos, teimava em desaparecer nas horas mais impróprias. acordo sempre assim, com as mãos tampando os ouvidos, impedindo de forma inútil deles ouvirem o som da minha consciência perturbada.
Durmo sempre assim, com um olho fechado, e o outro aberto, com uma idéia nova de como elimina-la. escolhendo aleatoriamente se seria enforcamento, afogamento, envenenamento. ento.
tiro ao alvo, salamê minguê, mamãe mandou, cara ou coroa. E na sorte, decidir, ou eu ou você.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Os postes daquela rua pareciam falhar de propósito. Mas ele conhecia aquele caminho muito bem, de muros pichados, prédios abandonados, ele sabia decorado o numero de degraus que o levariam até (...) ultima vez que pisaria ali, foi o que ele disse, e voltara milésimas vezes depois da ultima vez. Ele sabia muito bem o que encontraria, quando abrisse aquela porta amarelada do décimo segundo andar. Veria um par de olhos castanhos claros, esbugalhados, fixos em algum ponto da parede que nos seus tempos de gloria fora vermelho sangue, e que agora possuía infiltrações de vértice a vértice daquele cubículo, que um dia fora habitado pelo o que comumente chamamos de casal feliz.
Seria a ultima vez que tocaria naquele par de mãos frias, que mais pareciam ser luvas, longas luvas esbranquiçadas... Os lábios possuíam um tom arroxeado, o contorno dos olhos... Tão fundos, os olhos castanhos sem brilho algum, pareciam tão distantes. Desconfiaria que estivesse tocando em um defunto, juraria que ela estava vegetando se aquele par de olhos esbugalhados não tivesse se movido e o encarassem, observando cada movimento, e se os lábios outrora mortos e imóveis, estivessem se movimentando, pronunciando em uma voz rouca, praticamente inexistente:
- E agora? Hoje você me perdoa?
Preferia não fita-la. Jurou que seria a última vez
- Quem sabe amanhã? Quem sabe.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Bad Sun

Every day you bring me pain and we savor it like rain
We hold it on our tongues just like wine.






bravery, the

sábado, 28 de março de 2009

Desnecessário

Buraco negro. Talvez seja isso que você tenha ai, no meio do peito, no lugar do coração, que deveria bater continuadamente. Puxando tudo para dentro, desse jeito as pessoas se afastam.
Talvez seja por isso que ela mantenha distância, fora do perigo. Cansada de ser sugada para dentro do seu mundinho, ela não quer mais saber o que você guarda de tão precioso lá dentro, que nunca pode mostrar.
Ela se sentia vazia, talvez porque nada fosse suficientemente bom para ela, nada durava o tempo suficiente. Ela não precisava que você a preenchesse de algo que já tinha de sobra dentro de si. Nada. O suficiente para não sentir.

domingo, 8 de março de 2009

Para pensar II

E tudo que eu andava fazendo e sendo eu não queria que ele visse nem soubesse, mas depois de pensar isso me deu um desgosto porque fui percebendo (...) que talvez eu não quisesse que ele soubesse que eu era eu, e eu era.

- caio fernando abreu.

Para pensar I

Frágil – você tem tanta vontade de chorar, tanta vontade de ir embora. Para que o protejam, para que sintam falta. Tanta vontade de viajar para bem longe, romper todos os laços, sem deixar endereço. Um dia mandará um cartão-postal de algum lugar improvável. Bali, Madagascar, Sumatra. Escreverá: penso em você. Deve ser bonito, mesmo melancólico, alguém que se foi pensar em você num lugar improvável como esse. Você se comove com o que não acontece, você sente frio e medo. Parado atrás da vidraça, olhando a chuva que, aos poucos começa a passar.


- Caio Abreu.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Anote.

Quando acabar a inspiração e o copo estiver vazio. Pode anotar o que eu digo, quando os amigos estiverem longe, as mulheres tiverem desistido de mim, e a garrafa de whisky esvaziar. Vou deixar esse corpo velho despencar sem nenhuma classe, sem me preocupar com as aparências, ou se a morte vai parecer um tanto quanto feia para alguns conhecidos. Deixo-o se desfazer, desmanchar, desmontar, degradar, desfalecer. Ah, minha cara. Quando eu estiver aqui, já bastante acostumado com a sua falta e o tédio dos dias que se passam, vou lhe fazer esse favor. Pode anotar, eu ainda morro de amor, apenas para deixá-la um pouco mais feliz.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Perda de tempo.

Faça-me um favor, cate todas as suas roupas, esvazie o guarda-roupa, as gavetas, os armários. Suma com todas as suas garrafas, seus cigarros, suas fotografias, suas coleções. Faça-me esse favor, retire todos os seus vestígios da casa, enxugue suas lagrimas, ajeite o seu lado da cama. Apague suas mensagens da minha secretaria eletrônica, esvazie os cinzeiros, os lixos. Leve embora suas roupas íntimas, meus carinhos. Leve embora seus perfumes importados, seus talheres de prata, sua louça impecavelmente limpa. Faça-me um favor, pare de tentar me agradar, leve embora seus sapatos, seus vícios, suas palavras, sua insônia, suas musicas, sua voz. Joga fora, vomita toda a porcaria de amor que eu te dei sem pedir nada em troca, leva embora a porcaria das suas mentiras, a sua hostilidade, seus sorrisos falsos. Quero que você leve embora essa sua cara de pau.






foi uma grande perda de tempo, tudo.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Caio Abreu

" Há alguns dias, Deus - ou isso que chamamos assim, tão descuidadamente, de Deus -, enviou-me certo presente ambíguo: uma possibilidade de amor. Ou disso que chamamos, também com descuido e alguma pressa, de amor. E você sabe a que me refiro. Antes que pudesse me assustar e, depois do susto, hesitar entre ir ou não ir, querer ou não querer - eu ja estava lá dentro. E estar dentro daquilo era bom. Não me entenda mal - não aconteceu qualquer intimidade dessas que você certamente imagina. Na verdade, não aconteceu nada. Dois ou três almoços, uns silêncios. Fragmentos disso que chamamos, com aquele mesmo descuido, de "minha vida". Outros fragmentos, daquela "outra vida". De repente cruzadas ali, por puro mistério, sobre as toalhas brancas e os copos de vinho ou água, entre casquinhas de pão e cinzeiros cheios que os garçons rapidamente esvaziavam para que nos sentíssemos limpos. E nos sentíamos " (...)




- caio fernando abreu